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Este microbook é uma resenha crítica da obra: The listening path: The creative arte of attention
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-655-56-4436-4
Editora: Sextante
Você precisa ouvir com atenção o mundo ao redor para trilhar o caminho da escuta plena. Muitas vezes, na correria do dia a dia, mergulhados em tantas obrigações, esquecemos de dar a devida atenção a tudo que nos cerca.
É preciso se sintonizar com seu ambiente. Procure explorar os sons, apreciando e ouvindo, até mesmo, aquilo que é evitado durante o dia. Pense em todos os barulhos que lhe conectam com seu entorno. Consegue? São relaxantes ou agressivos? Seus locais de convivência são ruidosos ou suaves?
O ser humano cultiva hábitos e por isso acaba se acostumando a coisas desagradáveis, como o despertador tocando nas primeiras horas da manhã ou na britadeira incomodando o caminho até o trabalho. Com isso, acabamos nos esquecendo do entorno, com seus sons característicos, como se fossem coisas absolutamente naturais, impossíveis de serem modificadas.
Ajuste seu ouvido. Tente diferenciar os áudios agradáveis daqueles que lhe incomodam. Quais são os barulhos de seu cotidiano que merecem atenção por alguns minutos? E quais devem ser ignorados, deixados de lado, que não podem sugar seu precioso tempo?
Quando você começa a responder a essas perguntas, sua relação com o mundo se transforma dia após dia. Fica mais fácil captar risadas de crianças de seu convívio, por exemplo, deixando para lá o que incomoda sua audição.
Depois de colocar em prática a atenção plena ao ambiente, é hora de voltar seus ouvidos aos outros, às pessoas com as quais você convive todos os dias.
Quando conversamos com alguém, existem duas atitudes possíveis. Pode-se interromper a fala alheia com frequência, sempre pensando na melhor resposta a ser dada diante de cada argumento exposto.
Por outro lado, a escuta plena exige atenção em cada palavra, respeitando a fala do interlocutor, sem a necessidade de rebater os pontos abordados. Mesmo que você pense ser um bom ouvinte, sempre é possível escutar com mais atenção as pessoas que nos cercam. Assim, as trocas de ideias são mais surpreendentes, inesperadas e enriquecedoras. Afinal, escuta é sinônimo de conexão.
Essa é uma sintonia que se assemelha à música. Podemos captar emoções em cada palavra dita, entendendo suas intenções nas mensagens transmitidas. Quando a preocupação é maior em falar do que em ouvir, pouco ou nada aprendemos.
Somente quando somos capazes de entender o que há por trás de cada discurso poderemos escutar a nós mesmos, interpretando nossas reações, sentimentos e emoções. Para ouvir, é preciso ter disposição. Sem a escuta plena, não podemos compreender o que outras pessoas pretendem, querem, ou mesmo escondem. Ouça!
Depois de ouvir conscientemente o mundo ao redor e as pessoas de seu convívio, chega a vez de voltar suas atenções para si próprio.
Você certamente passou pela impressão de ter a certeza de que determinado caminho era o melhor para conquistar seus objetivos, não é verdade? Esse é um claro sinal da existência de um lado grandioso e sábio, que precisa ser acessado por nós sempre que precisamos tomar grandes decisões.
É como se estivéssemos com uma caneta na mão, tomando notas dos ensinamentos que o universo tem a nos passar. Nesse momento, é a intuição que nos diz o que fazer, para onde ir e de que forma reagir ao mundo.
É preciso ser orientado por uma espécie de guia dentro de nós, capaz de agir como um tipo de bússola indicando o melhor caminho para o futuro. Existe muita sabedoria interna, da qual fugimos em meio a um mundo tão corrido e buscando soluções práticas e racionais até mesmo para as perguntas que só o coração é capaz de responder.
Escute a si mesmo. Procure ouvir seus próprios conselhos. Quase sempre, quando achamos que a melhor atitude é aquela, que mexe com nosso brio, estamos corretos. Seu espírito tem muito a falar. Você precisa ouvi-lo.
Confie na orientação que vem de dentro para tomar as melhores decisões de sua vida. Para isso, pare, fique em silêncio, escute sua alma. Ela tem muito a falar.
Nós já passamos da metade deste microbook e agora vamos tratar de uma escuta profunda, capaz de nos conectar com aqueles que já se foram.
É isso mesmo: o próximo passo nos permite ouvir os que atravessaram o véu do plano físico, mas que falam conosco de um jeito simples e suave. Trata-se de uma abertura espiritual. Enquanto muitas sociedades reverenciam os ancestrais e lhes pedem conselhos, costumamos pensar que os antepassados e falecidos estão fora de nosso alcance.
Mas é possível se abrir e ouvir mais atentamente, experimentando as palavras ditas por quem está em outro plano espiritual. Quando você tenta fazer contato com quem já se foi, é possível escutar sua fala da mesma forma como era feita em vida. Basta abrir a porta.
Peça para ouvir uma pessoa amada que não está mais entre nós e tente escutar seus conselhos por meio do laço criado em vida. Não duvide disso, deixe o ceticismo de lado. Nesse momento, é preciso aprender a ser vulnerável como as crianças, sem cultivar aquela pose do adulto que se sente capaz de responder a todas as questões mundanas.
Os espíritos daqueles que nos querem bem permanecem aqui, ao seu lado, orientando seus caminhos sempre que solicitados. Ouvi-los é mais positivo do que você é capaz de imaginar.
Se é possível ouvir ativamente aquelas pessoas com quem convivemos e já não vivem, também podemos dedicar nossa escuta aos que partiram e sequer conhecemos pessoalmente, mas cuja admiração é grande. Seus heróis estão disponíveis para guiar-lhe rumo à conquista de sonhos.
Nesse caso, o que vale é a intenção. É preciso ter o anseio puro de fazer contato para que eles respondam a nosso chamado. Para começar, tente responder a si próprio quem são as pessoas que você realmente admira. Busque puxar na memória quem pode ser chamado de herói, de acordo com suas convicções.
Volte suas atenções a essas personalidades e busque indagá-las nos momentos de dúvidas e incertezas. Suas respostas costumam ser ágeis, amorosas e com a precisão que buscamos. Nossos heróis valorizam a admiração cultivada durante nosso desenvolvimento.
Mais uma vez, é necessário manter os ouvidos abertos para o que eles têm a nos dizer. Quase sempre, você conhece detalhes de seus ídolos que as pessoas comuns ignoram. Assim, é possível nos espelhar neles de forma assertiva e precisa, sem que as dúvidas abalem essa relação.
Ao ouvi-los, tome nota, não ignore suas falas, mesmo aquelas mais amargas e incômodas.
O silêncio fala. Esse momento de atenção, sem sons ao redor, precisa ser valorizado. Trata-se da linguagem divina, com a qual precisamos nos acostumar para viver em paz.
Ao vivenciar o chamado som sem som, é possível entrar em contato com a sabedoria superior, como se nos conectássemos com Deus de forma direta. Nesse momento, fica mais fácil ouvir nossa voz interior, escutar os heróis e também perceber claramente a fala de quem já não está mais entre nós.
No começo, o silêncio parece ameaçador. Sentimos o tremor desse vazio, mas aos poucos vamos nos acostumando a esse vácuo de ruídos. Ele nunca está só, ele nunca é um nada. Descobrimos que há algo por ali, a presença da atenção plena, a expansão dos pensamentos, a escuta se aguçando.
É no silêncio que nos transformamos para melhor. Lá, nos encontramos, percebemos que não vale a pena falar demais porque a escuta tem muito mais a nos ensinar. É o momento de entender que a calma e a meditação fazem a diferença em nossas vidas.
Essa é a essência do caminho da escuta. Nele, nossos sentidos seguem vivos e alertas, o tempo passado fica para trás, focamos no hoje e cultivamos um futuro de muita paz interior. Escute o silêncio, escute os outros, escute o mundo ao redor. Assim, você ouve a si mesmo com muito mais clareza.
Em um mundo de tantos estímulos diários, com ruídos por todos os cantos e a aparente ausência do silêncio e da calmaria, a arte da escuta parece um desafio impossível de ser vencido. Ledo engano. Esse pequeno guia nos mostra que basta parar e se ouvir a si próprio para se atentar àquilo que precisamos. É dedicando atenção ao próximo, ao ambiente ao redor e ao próprio interior que encontramos respostas para problemas do cotidiano. Valorizar esse momento e estimular essa busca fará toda a diferença para uma vida de paz interior.
Escutar é importante, entender que as aparências enganam também. E você aprende um pouco disso no microbook O milionário mora ao lado.
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Julia Cameron, além de autora do manual do criativo, é professora, artista, poeta, dramaturga, ro... (Leia mais)
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